Deputados pressionam por investigação sobre gasto de R$ 1,2 bilhão em comunicação institucional;
No mesmo dia em que os trabalhos legislativos foram retomados na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a oposição decidiu aumentar a pressão sobre o governo Raquel Lyra (PSD). Um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial, mirando um contrato de publicidade institucional no valor de R$ 1,2 bilhão para os próximos dez anos.
A proposta da CPI, protocolada pela deputada Dani Portela (PSOL), recebeu a assinatura de 18 parlamentares, incluindo o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB). O objetivo é investigar os critérios, valores e a execução contratual de ações de comunicação do Poder Executivo.
Enquanto a base de oposição articula o avanço da CPI, a governadora buscou reforçar o apoio político e mobilizar aliados. Em vídeo publicado nas redes sociais à noite, Raquel Lyra subiu o tom:
“Dificuldades não me colocam medo. Elas me fazem ter a consciência de que a gente precisa trabalhar mais e se afastar dos que apontam erros ou criam narrativas, pensando nas próximas eleições. Não estou aqui pra isso. Sou servidora pública do Estado há 20 anos. Quando os mandatos passarem, eu volto. E onde quer que eu esteja, ando de cabeça erguida.”
Entre os aliados, a avaliação é de que não há motivo para preocupação. O deputado Antônio Moraes (PP), um dos mais fiéis à governadora, minimizou o impacto do pedido. “Quem conhece Raquel e sabe de sua conduta não teme qualquer ameaça proveniente de uma antecipação de campanha que não interessa ao povo de Pernambuco”, disse.
Caso os líderes partidários não indiquem os integrantes da comissão nos próximos dez dias, caberá ao presidente da Alepe definir a composição da CPI.
