O Brasil acaba de levar um tapa bem dado dos Estados Unidos: uma tarifa de 50% sobre alguns produtos brasileiros . Meio século atrás, isso daria manchete nos jornais com letras garrafais. Hoje, é só mais uma notícia perdida entre escândalos de corrupção, gafes políticas e viagens luxuosas de parlamentares a Lisboa para “debater o Brasil”.
Mas essa tarifa não caiu do céu. Nem é só birra americana. É o resultado direto da instabilidade institucional, da bagunça diplomática e da falta de credibilidade que o país vem cultivando com esmero, governo após governo.
Começamos com Bolsonaro, o presidente que conseguiu transformar o Brasil em piada internacional. Brigou com a França, com a China, com a Noruega, e, claro, com os próprios EUA , depois de ter se ajoelhado para Trump. Tudo em nome de um nacionalismo de bravata, que nos isolou e fragilizou nossa posição comercial no mundo. Resultado? O mundo virou as costas e o Brasil ficou falando sozinho.
E agora temos Lula. Aquele que prometeu resgatar a diplomacia, mas que vem tropeçando em discursos contraditórios, alinhamentos ambíguos e uma política externa que mais parece um samba de gafieira. Ora flerta com a Rússia, ora critica os EUA, ora tenta ser mediador da paz global enquanto o país afunda em problemas internos. Difícil confiar em quem não sabe de que lado está.
O resultado disso tudo? Os Estados Unidos mandaram o recado: vocês não são prioridade, e ainda por cima competem de forma desleal conosco . Tomem aí uma tarifa de 50%. Isso não é só protecionismo é resposta política e econômica para um país que não consegue se posicionar com seriedade no cenário internacional.
É triste ver o Brasil sendo tratado assim. Mas é mais triste ainda saber que isso é reflexo do que plantamos. A falta de previsibilidade, de políticas industriais claras, de compromissos ambientais sólidos e, sobretudo, de liderança responsável, nos trouxe até aqui.
A conta chegou. E ela veio em dólar.
Agora, os mesmos de sempre vão culpar “o imperialismo americano”, a “elite financeira global”, ou até os “inimigos internos”. Mas a verdade é que quem mais fez mal ao Brasil foram e ainda são os que têm ou tiveram a caneta na mão. E nisso, Bolsonaro e Lula têm muito mais em comum do que imaginam.
Enquanto isso, o povo brasileiro segue pagando o pato.