As vagas para o Senado e a busca obcecada pelos candidatos

Ainda falta muito tempo — ou como diriam os mais exagerados, miiiiuuuuito tempo — para as eleições de 2026. Mas em Pernambuco, a disputa por uma vaga ao Senado já está escancarada. O tabuleiro está armado, os nomes estão postos e os bastidores, fervendo.

Miguel Coelho, o ex-prefeito de Petrolina, tenta manter viva a chama da relevância política após amargar a derrota ao governo do estado. Tem sobrenome forte, discurso polido, e tenta se equilibrar entre o apoio de Bolsonaro e o desejo de ser “o novo” de um velho modelo.

Marília Arraes, que já foi PT, PSB, Solidariedade e talvez mais alguma sigla até lá, segue com seu capital político intacto entre parte do eleitorado popular. É carismática, tem história, mas também enfrenta a resistência de setores que não esquecem suas idas e vindas políticas. Além disso, se dividir votos com Humberto Costa, o Senado pode virar miragem para ambos.

Humberto, aliás, é nome conhecido, rodado, calejado, e ainda muito forte nos quadros do PT e junto ao presidente Lula. Mas o eleitor quer a segurança do conhecido ou a renovação? Eis a dúvida.

Correndo por fora, Silvio Costa Filho, atual ministro e homem de articulação. Tem apoio em Brasília, navega bem em várias águas, mas ainda precisa convencer o povo de que tem conteúdo além da imagem institucional.

Eduardo da Fonte segue no seu estilo: silencioso, estratégico, e com base sólida. É o tipo de político que não grita, mas sempre aparece na contagem final. Não subestime.

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira também se arma na luta por uma das vagas, está no jogo e claro quer garantir uma das duas vagas.

E há também Fernando Duere, nome que tenta emplacar como alternativa, mas ainda é pouco conhecido do grande público. Terá que trabalhar dobrado para se viabilizar e mostrar que não é apenas mais um nome no bolo.

Mas o que mais chama atenção, caros ouvintes, é que enquanto esses nomes brigam por espaço, alianças e exposição, o povo está… alheio. A verdade é essa. A maioria da população está preocupada com o presente — com o preço do feijão, com a insegurança, com a falta de saúde, com a falta de rumo.

A eleição está longe, mas o país se acaba é agora. E o povo, infelizmente, parece ainda não se importar em escolher um bom nome. A política segue sendo um espetáculo de vaidades, enquanto o eleitor é plateia cansada que só aparece no último ato — e às vezes aplaude o erro de novo.

Cabe a nós, jornalistas e cidadãos, manter os olhos abertos, denunciar os ensaios ensaboa-voto e lembrar: o Senado não é trampolim para ego, é lugar de seriedade. Falta tempo para a eleição, mas falta muito mais consciência no voto.