Mais uma vez, o Congresso Nacional nos brinda com um espetáculo que em nada engrandece a política brasileira. A CPMI do INSS, que deveria ser um espaço sério para apurar responsabilidades, virou palco de troca de insultos, briga de egos e até falas impróprias para quem ocupa uma cadeira no Parlamento. Uma senadora e uma deputada protagonizaram o último capítulo dessa novela constrangedora, deixando de lado o que realmente importa: a vida dos segurados que aguardam meses, às vezes anos, por uma resposta do Instituto Nacional do Seguro Social.
É impressionante como essas comissões parlamentares têm sempre o mesmo enredo. Começam com discursos inflamados, promessas de investigações profundas, manchetes chamativas. E terminam, quase sempre, em nada. A expressão já é conhecida: mais uma que vai terminar em pizza. A população, cansada, assiste a esse circo sem acreditar mais em resultado algum.
A CPMI, que deveria investigar gargalos, desvios e responsabilidades na gestão do INSS, tornou-se apenas palco de disputas políticas, vaidades pessoais e microfones usados como trincheiras. O Brasil não precisa disso. Precisa de soluções. Precisa de respostas. Precisa de respeito.
Mas, infelizmente, seguimos vivendo num país em que os eleitores são tratados como idiotas. Se de um lado se esperava esclarecimento e propostas, do outro só se viu bate-boca. E enquanto deputados e senadores brigam diante das câmeras, o povo segue enfrentando filas intermináveis, laudos médicos negados e aposentadorias que não saem.
No fim, o resultado é previsível. A comissão vira manchete por causa do escândalo, nunca pela solução. Mais um capítulo de uma política que prefere o espetáculo ao trabalho. E nós, contribuintes, continuamos como sempre: pagando a conta e assistindo, de braços cruzados, à palhaçada que se tornou o Congresso Nacional.